O que é computação verde?
19 de abril de 2022

6 min de leitura

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IBM Cloud Education IBM Cloud Education
Saiba como a computação verde reduz o consumo de energia e as emissões de carbono do design, uso e descarte de produtos de tecnologia.

A computação verde (também conhecida como TI verde ou TI sustentável) é o projeto, a fabricação, o uso e o descarte de computadores, chips, outros componentes de tecnologia e periféricos de uma forma que limita o impacto nocivo sobre o meio ambiente, o que inclui a redução de emissões de carbono e o consumo de energia de fabricantes, data centers e usuários finais. A computação verde também abrange a escolha de matérias-primas de origem sustentável, a redução do lixo eletrônico e a promoção da sustentabilidade por meio do uso de recursos renováveis.

O potencial do impacto positivo da computação verde no meio ambiente é considerável. O setor de tecnologia da informação e comunicações (TIC) é responsável por entre 1,8% e 3,9% das emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, os data centers representam 3% do consumo total anual de energia, um aumento de 100% na última década.

"As exigências energéticas e a emissão de carbono da computação e de todo o setor de TIC devem ser drasticamente reduzidas para que a mudança climática seja desacelerada a tempo de evitar danos ambientais catastróficos", de acordo com um relatório publicado pela Association for Computing Machinery (link externo a ibm.com).

Cada aspecto da tecnologia da informação moderna — desde o menor chip até o maior data center — cobra um preço na forma de carbono, e a computação verde procura reduzir exatamente isso. Os fabricantes de tecnologia desempenham um papel na computação verde, assim como as corporações, organizações, governos e indivíduos que utilizam a tecnologia. Desde enormes data centers que instituem políticas para reduzir o consumo de energia até indivíduos que optam por não usar protetores de tela, a TI verde é multifacetada e envolve inúmeras decisões em todos os níveis.

O que os fabricantes podem fazer

As decisões sobre se tornar verde começam muito antes de os produtos chegarem aos consumidores. Por exemplo, o projeto e a fabricação de produtos são áreas primordiais para diminuir o impacto da tecnologia no meio ambiente.

Chips mais eficientes em termos de energia, como o chip projetado pela IBM e Samsung, que pode ser empilhado verticalmente, ou o chip de 2nm da IBM,são exemplos de projeto inovador que melhora a sustentabilidade na computação. O consumo de energia de um único chip de computador pode parecer insignificante, mas quando você o multiplica por milhões, é possível fazer reduções significativas.

A IBM também identificou sistemas que podem reduzir o uso de energia. As estruturas heterogêneas, por exemplo, reúnem frameworks como CPUs e unidades de processamento gráfico (GPUs) para otimizar a potência e a eficiência energética.

Um exemplo é um computador chamado AiMOS (sigla para Artificial Intelligence Multiprocessing Optimized System), desenvolvido como parte de uma colaboração entre a IBM, Empire State Development e NY CREATEs. O AiMOS é um dos computadores mais eficientes em termos energéticos que existem, e é usado para desenvolver os chips de computação mais avançados e eficientes, juntamente com muitas outras iniciativas.

Quando os projetistas agem para reduzir a quantidade de energia que cada produto usa na operação e reduzem a quantidade de calor que esses produtos geram, o preço do carbono da computação fica mais baixo. Por exemplo, o modo de suspensão é um dos primeiros exemplos de aplicação do conceito de computação ecológica pelos projetistas para economizar energia.

A seleção de materiais também é crucial. O projeto que evita o uso de materiais perigosos mantém esses materiais fora dos aterros posteriormente. A geração de menos resíduos na fabricação de dispositivos e componentes também diminui a carga criada pela tecnologia no meio ambiente. A fabricação verde é uma categoria separada, mas relacionada, de tecnologia verde que rege o modo como a própria fábrica opera.

Outras ações de computação ecológica que os fabricantes podem adotar incluem prolongar a vida útil dos dispositivos e componentes de computação para que não precisem ser substituídos com tanta frequência, aumentando a capacidade dos usuários de reutilizar produtos e tornar os dispositivos recicláveis quando precisarem ser substituídos.

O que as organizações podem fazer

Os maiores ganhos em tornar a TI mais sustentável podem ser obtidos por corporações, governos e outras grandes organizações. Data centers, salas de servidores e áreas de armazenamento de dados têm uma chance significativa de funcionar com mais eficiência.

Nessas áreas, a instalação de corredores quentes e frios é um passo importante para uma computação mais verde, pois reduz o consumo de energia e otimiza o aquecimento, a ventilação e o resfriamento. Quando sistemas automatizados projetados para controlar a temperatura e condições semelhantes são combinados com corredores quentes e frios, as emissões são reduzidas ainda mais. Consequentemente, também é possível gerar economia de custos a partir da redução do uso de energia.

Um passo simples em direção à eficiência é garantir que os dispositivos estejam desligados. As unidades centrais de processamento (CPUs) e os equipamentos periféricos, como impressoras, devem ficar desligados quando não estiverem em uso. Agendar blocos de tempo para tarefas específicas, como impressão, faz com que os periféricos só sejam usados conforme a necessidade.

Os departamentos de compras também têm um papel a desempenhar na computação verde. Escolher equipamentos que durem bastante e consumam a menor quantidade de energia necessária para a tarefa a ser executada são formas de reduzir a pegada de carbono da TI. Os notebooks menores usam menos energia que os maiores, que, por sua vez, usam menos energia que os desktops, por exemplo.

O que você pode fazer

A computação verde não é apenas para grandes organizações; você também pode desempenhar um papel importante na melhoria da sustentabilidade no mundo da TI. Quando muitas pessoas optam por usar funções como modo de hibernação ou de suspensão, o impacto pode ser enorme.

Seja qual for o dispositivo, empregar os recursos de gerenciamento de energia e ajustar o brilho da tela ajuda a reduzir o consumo de energia. Outras maneiras de usar menos energia incluem desligar os computadores no final do dia e manter periféricos como alto-falantes ou impressoras desligados, a menos que estejam sendo usados.

Recarregar cartuchos de impressoras em vez de comprar novos produz menos resíduos, e comprar equipamentos recondicionados em vez de novos reduz o impacto ambiental. O descarte seguro de equipamentos eletrônicos melhora a sustentabilidade e tem vantagens de segurança (link externo a ibm.com).

Assim como os departamentos de compras devem escolher os equipamentos mais eficientes para as tarefas a serem executadas, você também deve. Se um notebook de pequeno ou grande porte puder executar as tarefas necessárias com tanta eficiência quanto um desktop, opte pelo dispositivo mais eficiente. As classificações Energy Star são um bom guia para pessoas que compram novos equipamentos.

A evolução da computação verde

Em 1992, a Environmental Protection Agency (EPA) dos EUA iniciou o Programa Energy Star (link externo a ibm.com) nos Estados Unidos, que visava promover e reconhecer a eficiência energética. Esse programa foi o impulso para a adoção da função de modo de suspensão em todo o setor de TI e trouxe várias outras iniciativas para aumentar os esforços em direção à computação ecológica. Os produtos com certificação Energy Star devem atender a determinados padrões de operação e ter recursos de gerenciamento de energia que os produtos não certificados podem não ter.

O programa foi aperfeiçoado por uma concessão da EPA ao Global Electronics Council, o que resultou na Ferramenta de Avaliação Ambiental de Produtos Eletrônicos (Electronic Product Environmental Assessment Tool) (link externo a ibm.com) (EPEAT). A EPEAT é um registro de produtos que são mantidos sob critérios de desempenho específicos, incluindo materiais usados, emissões de gases de efeito estufa decorrentes do transporte, longevidade do produto, uso de energia e gerenciamento do fim do ciclo de vida.

Antes da computação verde, o setor de TI se concentrava mais na produção de dispositivos menores e mais rápidos, em vez de melhorar a sustentabilidade ou reduzir as emissões. Os servidores físicos e o hardware no local estão associados à computação tradicional, enquanto a computação em nuvem representa uma mudança em direção a uma abordagem mais ecológica, com maior foco na eficiência.

Existem várias iniciativas para melhorar os padrões de computação verde por meio da criação de métricas do setor relacionadas à sustentabilidade, assim como várias certificações. O Green500 (link externo a ibm.com) é uma sublista do Top500, uma relação de supercomputadores e as aplicações para as quais esses sistemas de computação são usados. O Green500 classifica os supercomputadores por eficiência energética. O Transaction Processing Performance Council (TCP) é uma organização sem fins lucrativos que desenvolve métricas de referência de desempenho no setor de processamento de transações. O SPECPower também cria métricas de referência, mas para as características de potência e desempenho de servidores de nó único e de vários nós, com o objetivo de melhorar a eficiência.

Desafios na implementação da computação verde

Talvez uma das maiores barreiras ao avanço da computação verde seja a falta de preocupação. Poucas pessoas pensam no setor de TI quando pensam na mudança climática. Juntamente com uma falta de preocupação geral, o mercado de TI desenvolveu-se de uma forma que dá prioridade ao desenvolvimento de componentes e dispositivos menores e mais rápidos, em vez de dispositivos ecológicos.

O fato de a tecnologia evoluir e mudar muito rapidamente apresenta desafios na extensão do ciclo de vida dos produtos e exige que os fabricantes de tecnologia garantam que cada iteração continue atendendo aos padrões ecológicos. Mudar de uma configuração convencional em uma fábrica, data center ou escritório corporativo para uma configuração verde requer um investimento inicial de capital muitas vezes substancial, o que representa uma possível barreira adicional.

Dados fragmentados e necessidades variadas dificultam a tomada de decisões em todo o espectro de usuários finais de TI. Por exemplo, a velocidade e o desempenho têm um valor diferente em um grande data center em comparação a um usuário doméstico.

Em qualquer ponto do ciclo de vida de um dispositivo de computação, os usuários precisam levar várias questões em conta. Para uma grande organização, a segurança pode ser uma preocupação maior do que o impacto ambiental quando se trata de servidores. E, para um estudante universitário, um dispositivo menor e mais fácil de carregar pode ser mais importante do que ter um dispositivo totalmente reciclável.

Computação verde e IBM

A computação verde tem o poder de diminuir o impacto da computação no meio ambiente. No entanto, o setor de TIC tem a oportunidade de fazer muito mais usando a tecnologia para beneficiar o meio ambiente por meio de programas e sistemas projetados para reduzir o consumo de energia, melhorar o gerenciamento de água e adotar a virtualização como forma de economizar energia.

Onde quer que você esteja no caminho para a TI verde e a sustentabilidade dentro de sua organização, um primeiro passo prático que pode causar um impacto perceptível e imediato no consumo de energia é garantir que suas aplicações consumam apenas os recursos de que precisam e nada mais. Isso reduz substancialmente o desperdício (custo e pegada de carbono) em data centers e na nuvem pública.

Para ajudar a alcançar esse objetivo, uma solução como o IBM Turbonomic Application Resource Management pode ajudar você a analisar continuamente a utilização de recursos das aplicações, para garantir que elas tenham aquilo de que precisam para funcionar, ao mesmo tempo em que seguem as políticas de negócios. Com um entendimento completo da stack de aplicações e infraestrutura, você pode automatizar ações e evitar o congestionamento de recursos em um ambiente de nuvem híbrida, ao mesmo tempo em que inicia investimentos mais amplos em sustentabilidade.

A IBM está comprometida com a TI verde em todo o ecossistema da empresa, incluindo projeto e operações ecológicos e o uso de sua tecnologia. A empresa recebeu vários prêmios por produtos sustentáveis, uso de energia e excelência ambiental. A primeira política corporativa da IBM em relação a assuntos ambientais foi criada em 1971, e a proteção do meio ambiente continua sendo uma questão-chave nas operações mundiais.

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