Início Estudos de caso IBM – Camarão sustentável para um futuro sustentável no Equador Camarão sustentável para um futuro sustentável no Equador
“Não é só do viveiro à mesa. É também o que vem antes do viveiro.”

Pamela Nath tinha acabado de falar ao telefone com um chef de Manhattan quando nos conectamos em uma manhã nevada de Nova York. Sua remessa de camarões frescos está atrasada por causa do mau tempo.

Em 2019, essa remessa representa uma pequena parte dos 1,5 milhões de toneladas de camarão exportados do Equador, o segundo maior produtor mundial de camarão. Os camarões são vendidos de acordo com a quantidade por libra; em média, o camarão equatoriano tem de 20 a 30 por libra a 50 a 60 por libra. “É muito camarão”, ressalta Nath.

Nath é diretora da Sustainable Shrimp Partnership (SSP), uma iniciativa de sustentabilidade liderada pelos produtores de camarão equatorianos. Objetivo da SSP: um camarão diferenciado de alta qualidade que atenda aos mais altos padrões sociais e ambientais.

A crescente população mundial, estimada pela ONU em 9 bilhões de pessoas até 2050, implica uma necessidade crescente de proteína, incluindo frutos do mar e, claro, camarão.

Cerca de 3 milhões de toneladas de camarão criados em viveiros são produzidos anualmente em todo o mundo. Os camarões são cultivados com aquacultura, em que populações de água doce e salgada são criadas sob condições controladas. A aquacultura usa menos terra e água doce do que a produção de carne, de acordo com Nath, com conversão e proporção de alimentos melhores e uma maior taxa de retenção de proteínas. Isso significa mais alimentos e mais proteína com menos recursos, com um impacto ambiental menor.

Volume de exportação


Camarão exportado do Equador em 2019: 1,5 milhões de toneladas

Quantidade média


Por libra, em média 50 a 60 camarões equatorianos

A maioria dos consumidores, sobretudo nos EUA, não sabe de onde vem o camarão que come. Antonio Camposano Presidente Câmara de Aquacultura do Equador

A ONU espera que a aquacultura contribua para mais da metade do consumo global de peixes até 2025. Os métodos de aquicultura variam muito de uma fazenda para outra, e mais ainda ao redor do mundo. É por isso que, segundo Nath, um dos princípios fundadores da SSP é uma corrida para o topo.

Ela explica: o camarão cultivado, um mercado de commodities, tradicionalmente recompensa aqueles com os preços mais baixos. Esses preços baixos também podem significar que as melhores práticas de produção são sacrificadas, o que pode levar a um produto de qualidade mais baixa, bem como maior uso de antibióticos devido ao maior risco de doenças.

O Equador é o segundo maior produtor mundial de camarão, depois a Índia.

“A SSP nasceu porque um grupo de empresas equatorianas se uniu alguns anos atrás e disse: ‘vemos que muitas regiões estão buscando reduzir o custo dos preços do camarão’”, conta Nath. A preocupação era que os preços mais baixos sacrificassem as práticas responsáveis.

O grupo queria destacar que o Equador estava comprometido com a produção de camarão com práticas sustentáveis. Os membros da SSP são certificados pelo Aquaculture Stewardship Council, com foco particular no uso zero de antibióticos, impacto neutro na água e rastreabilidade total.

“Uma corrida crescente até o nível inferior do setor de camarão é prejudicial para o camarão e para o meio ambiente”, argumenta Nath. “Também limita a escolha do consumidor e sua capacidade de comprar camarões de viveiro saudáveis e sustentáveis”.

A conscientização do consumidor é essencial, explica Jose Antonio Camposano, presidente da Câmara de Aquacultura do Equador. Ele trabalha com a SSP para conscientizar consumidores e varejistas sobre o motivo pelo qual a origem agrega valor ao produto final.

“A maioria dos consumidores, sobretudo nos EUA, não sabe de onde vem o camarão que come”, comenta Camposano.

Distribuidores, supermercados, importadores e atacadistas talvez também não saibam (ou não querem saber) a origem do camarão, principalmente se estiver associado a más práticas ou a questões ambientais ou trabalhistas.

 

Zero antibióticos

Na década de 1990, a doença da mancha branca dizimou viveiros inteiros de camarão em toda a Ásia. Para combater e prevenir doenças, grande parte do setor global de camarão começou a colocar antibióticos na água em que o camarão era cultivado. O setor de camarão equatoriano adotou uma tática distinta.

“Ajudamos o animal a desenvolver resistência própria”, conta Camposano. “Décadas depois, a resistência do camarão equatoriano é natural, resultado da própria capacidade genética dos animais de resistir e tolerar doenças. Parte disso é a ração para camarão, que é crucial para manter um sistema imunológico saudável nesses animais.”

Os níveis de antibióticos na produção de alimentos de origem animal têm sido uma preocupação para os pesquisadores há bastante tempo. Estudos mostram que até mesmo pequenos níveis podem levar ao desenvolvimento de resistência a antibióticos em humanos.

Rastreamento e transparência

Por isso, a SSP recorreu à IBM.

“Estamos trabalhando com o sistema IBM Food Trust”, diz Camposano, “para fornecer todas as informações aos consumidores para que eles entendam melhor como o camarão foi produzido”.

A plataforma IBM® Food Trust foi criada especificamente para o ecossistema de alimentos. “Trata-se de uma solução de blockchain diferente de qualquer outro produto de blockchain”, explica Vanessa Barbery, que ocupa o cargo de Food Trust Business Development Executive do IBM Food Trust. “Ela foi criada e feita sob medida para o setor”.

Os clientes não precisam saber mais sobre blockchain para usá-lo, explica Barbery. “Integramos seus dados e sua cadeia de suprimentos. Para o cliente, é muito simples”.

Cada camarão tem um identificador, que é aplicado por meio de blockchain. Qualquer pessoa pode seguir a jornada completa da vida do camarão ao longo da cadeia de suprimentos.

“Ele é estocado no processador X, distribuidor Y, revendedor Z”, detalha Luis Izquierdo, Trust Global Sales Leader do IBM Food Trust. “Existe uma versão simples das informações que pode ser seguida no blockchain”.

Compartilhar essas informações confiáveis pode promover a confiança na marca. Isso, por sua vez, ajuda a impulsionar as vendas.

“Não é só do viveiro à mesa”, explica Izquierdo. “É também o que vem antes do viveiro. Que ração é usada para o camarão? Há muitas informações que podem ser compartilhadas”.

Em seu trabalho com a SSP, Barbery e Izquierdo observam um interesse substancial dos produtores na tecnologia.

“Eles precisam disso para se destacar da concorrência”, relata Barbery.

Como seu produto é premium, seus preços também podem ser premium. Os produtores podem ter dificuldade para explicar o preço: "é porque não uso antibióticos e não uso mão de obra infantil na linha de produção"; embora seja verdade, isso não agrega valor necessariamente.

Já a rastreabilidade fornece esse valor.

“Nosso camarão tem muitas certificações”, afirma Barbery. “Mas, em vez de apenas dizer isso, podemos compartilhar os dados que validam essas informações”, o que inclui cuidados em todas as etapas do ciclo de produção para evitar o uso de antibióticos. Esse cuidado também se estende aos funcionários e ao meio ambiente.

Impacto neutro na água

A água usada para produzir o camarão tem a mesma qualidade quando sai e quando entra. Isso significa que os viveiros de aquacultura adotam estratégias eficazes de gestão de resíduos.

Próximos passos para a SSP e depois

“Desde o lançamento da SSP, temos visto colegas do setor e países anunciando esforços para aprimorar suas práticas”, afirma Camposano. “Isso é ótimo. Queremos garantir que todos estejam competindo conosco.”

A SSP teve sucesso inicial com os primeiros adeptos e agora está trabalhando para conscientizar o mercado convencional de que há espaço para uma nova categoria de camarão, produzido com os mais altos padrões ambientais e sociais.

“Achamos que todos merecem um produto melhor”, ressalta Camposano.

Isso pode se estender para além do camarão em um futuro não muito distante. Outros setores no Equador, como banana, cacau, café, estão de olho na SSP, querendo saber como tudo isso é feito.

“Digamos que você seja um produtor de abacaxi”, ilustra Barbery. “Você tem uma certificação relacionada a florestas tropicais. E coloca esse selo no seu produto. Como consumidor, como vou saber se você está dizendo a verdade?”.

Com a tecnologia, o produtor de abacaxi poderia compartilhar os dados de como plantou 15 mil pés. Essa informação valida o que você está dizendo sobre seu produto em geral, explica Barbery.

“Esse é o nosso próximo objetivo”, completa. “Como encaramos o consumidor com transparência e mostramos por que as informações são verdadeiras?”

Logotipo da Sustainable Shrimp Partnership
Sobre a Sustainable Shrimp Partnership

A SSP (link externo ao site ibm.com) é um grupo de empresas líderes que compartilham uma missão principal: impulsionar o futuro da aquacultura de camarão para ser uma prática limpa, sustentável e bem-sucedida para o mundo. Para atingir sua meta, a SSP criou um plano claro e ambicioso para elevar o patamar de todo o setor.

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Notas de rodapé

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Produzido nos Estados Unidos da América, Julho de 2020.

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