2018

Democratizar a tecnologia é fundamental para o processo educacional

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Em alguns anos, metade das profissões que conhecemos hoje não existirá. A tecnologia, impulsionada pela Inteligência Artificial, mudará não só a forma como nos relacionamos com o trabalho, mas também a maneira de aprendizado dos futuros profissionais. O impacto da tecnologia na educação foi tema da quarta edição do IBM School, realizado em São Paulo na última segunda-feira (6), que reuniu professores, estudantes, gestores de entidades e educadores — interessados em entender essa nova realidade, a fim de pensar novos modelos educacionais.

Foi uma experiência bastante rica ouvir de jovens as suas experiências e visões de futuro. Mais ainda, ver de perto o quanto a tecnologia já faz parte da vida deles. Imagine um garoto que começou a programar aos 7 anos de idade — por influência do pai programador — e que hoje, aos 12 anos, dá aulas em ONG e tem um canal no YouTube no qual ensina a linguagem de programação Scratch. Pois o Matheus, ou Teteus Bionic, que foi um dos convidados do evento, é a prova de que algo está mudando no processo de aprendizagem e que já não é mais preciso terminar o ensino médio para escolher uma profissão e, a partir daí, estudar por meio de um método tradicional. Ele aprendeu muito cedo a lidar com a tecnologia e compartilha seu conhecimento com crianças e adultos. Com o brilho no olhar de quem é apaixonado pelo que faz, Matheus explicou o quanto a programação pode ajudar no dia a dia, no raciocínio lógico e na estruturação do pensamento.

A necessidade de adequar o currículo escolar também começa a ser percebida aos poucos pelas escolas. É o caso do Dante Alighieri, que incluiu em sua grade disciplinas eletivas de Inteligência Artificial e Programação. Os alunos Ana Luiza Negrão Maiolini e Giovanni Minatel Melo de Cerqueira falaram, durante o IBM School, o quanto a matemática e a física se aproximaram da realidade e passaram a fazer muito mais sentido desde que começaram a cursar as matérias de tecnologia. Giovanni falou da necessidade de capacitar pessoas para lidarem com as novas profissões que a inovação trará. Já Ana Luiza levantou a questão da democratização do acesso às tecnologias na educação. Ela reconheceu ser uma privilegiada e lembrou que nem todas as escolas dispõem de recursos para inserir os jovens nessa nova realidade. A democratização da tecnologia, aliás, esteve no cerne dos painéis como uma questão importante no processo de reestruturação educacional.

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De fato, 88% dos alunos no Brasil estão na educação pública, como lembrou Emilio Munaro, diretor de Desenvolvimento Global do Instituto Ayrton Senna. Nesse sentido, iniciativas do terceiro setor se revelam fundamentais para essa democratização e para ajudar jovens em suas formações. Ele destacou que o pensamento computacional desenvolve a capacidade de resolução de problemas, que aliás, é uma das competências que continuará a ser muito requerida nas profissões do futuro. Munaro também chamou a atenção para um dado alarmante: de 10 alunos, apenas 5 se formam na educação básica. Desses, somente 10% têm conhecimento adequado em matemática. Segundo ele, a tecnologia é capaz de estimular o aprendizado e torna o conteúdo mais interessante. Consequentemente, seu uso na educação ainda ajuda a diminuir a evasão escolar, já que o aluno passa a ter mais interesse pelas aulas.

Camila Achutti, fundadora da MasterTech e líder da organização Mulheres na Computação, explicou que oito das vagas mais desejadas atualmente envolvem programação — incluindo atividades não relacionadas diretamente à tecnologia, como profissões de áreas administrativas e de comunicação — e enfatizou a urgência de trazer a tecnologia para dentro das salas de aula. Os painelistas explicaram que, além disso, é preciso capacitar professores, mostrando que o papel do educador é essencial, mas que a tecnologia pode ser uma aliada.

É inegável que o jovem de hoje é diferente do jovem de alguns anos. José Claudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios, acredita que a Inteligência Artificial muda a forma de aprender. Segundo ele, o modelo clássico permitiu que milhares de pessoas pudessem estudar e aprender, mas hoje já não faz mais tanto sentido. Ele compartilhou um projeto de educação disruptivo da instituição, o Lit.

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Todos os pontos de vista e o compartilhamento de ideias apontam para um caminho inegável: de que o futuro profissional será diferente e que serão exigidas outras competências e habilidades. É preciso preparar os jovens, além de adequar o ensino para uma nova realidade, que é digital. É preciso tornar o conteúdo mais interessante e trazer as disciplinas para perto dos estudantes. É preciso democratizar a tecnologia!

A Fernanda Borhausen Sá, criadora do movimento Social Good e Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer trouxeram a questão da mudança de cultura e “mindset” das lideranças, sejam professores ou gestores para que a escola acompanhe a transformação digital que o mundo está vivendo. Vivemos numa era em que grandes volumes de dados estão sendo gerados a cada dia e para gestores e professores a tecnologia é fundamental para ajudá-los a tomar melhor decisões e poder levar mais personalização para que possam explorar ao máximo o potencial de cada aluno.

Foram muitas as abordagens sobre o impacto da tecnologia na educação. Saí do evento ainda mais motivada e empolgada em contribuir com esse debate. Se queremos impulsionar mudanças na educação com uso da tecnologia, além de colocar esse assunto como prioridade na agenda, precisamos estimular a maior participação e engajamento das lideranças e de cada cidadão. Podemos começar com o que está ao nosso alcance.

Confira o IBM School 2018 na íntegra no canal do TI+Simples no youtube.

*Por Alcely Strutz, líder de Ecossistema de Educação da IBM Brasil

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