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TI+Simples entrevista: Garry Kasparov
2 de outubro de 2017
Categoria: TI+Simples
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Considerado por muitos o maior enxadrista de todos os tempos, Garry Kasparov esteve recentemente no Brasil para participar do IBM Watson Summit, evento que discutiu como o homem e a máquina podem colaborar e trabalhar juntos. Aproveitamos uma brecha na agenda do Kasparov para bater um papo sobre curiosidades de sua vida, a grande partida contra o Deep Blue, o xadrez como uma ferramenta educacional e sobre a importância de cada vez mais trabalharmos em conjunto com as máquinas inteligentes.
TI+Simples: O que o xadrez representa na sua vida?
GK: Eu jogo xadrez desde que tinha 5 ou 6 anos, lembro de ser apresentado ao jogo, assistindo meus pais tentando resolver um dos problemas de xadrez publicado no jornal e eu amei o jogo desde a primeira vez que vi foi um encontro divino e de alguma forma me senti conectado com essa tábua de 64 quadrados, peças de madeira foi uma importante parte da minha vida.
TI+Simples: Você esperava ganhar do Deep Blue? Como foi a sua preparação para a partida?
GK: Bom eu ganhei a primeira partida, mas perdi a segunda. Eu descrevo no meu mais recente livro que foi minha culpa não esperar que o Deep Blue faria tanto progresso de 1996 para 1997. Ainda penso que em 1997 eu estava mais forte, mas a partida exigia uma maior preparação. Eu não estava preparado para a batalhe que enfrentei.
TI+Simples: O que você sentiu quando você foi derrotado pelo Deep Blue? Foi pior do que ser derrotado para uma pessoa?
GK: Foi a primeira partida que eu perdi e ponto final. Eu nunca tinha perdido uma partida antes então era difícil comparar. Na época fiquei muito frustrado e enraivecido, mas agora, 20 anos depois, nos olhamos as coisas com menos raiva, menos emoções e ansiedade. Eu sei o que fiz de errado e no meu livro eu tento ser bem objetivo em descrever o evento.
TI+Simples: Qual foi o gatilho que fez você realizar que podemos ser mais fortes se trabalharmos em conjunto com as máquinas, ao invés de evitá-las e temê-las?
GK: Eu acostumava a analisar todos meus jogos e tentava criar alguns conceitos porque eu era bom e conseguir enxergar o cenário como um todo e com alguns meses depois da minha segunda partida com o Deep Blue eu pensei: por quê não colaborar? Pois ao final do dia apesar de eu achar que era melhor que o Deep Blue em 97 eu realizei que era apenas uma questão de tempo. Talvez um, dos, três, quatro anos … máquinas serão melhores. Eu fui forte o suficiente psicologicamente para aceitar a realidade. Foi quando pensei: por quê não trabalharmos juntos? Porque não combinar combinar a intuição e criatividade humana com a força bruta das máquinas e sua capacidade ilimitada de calcular.
TI+Simples: Você acha que é importante desenvolver novas habilidades por meio de esportes como o xadrez? O que você diria para um criança ou um jovem que começou a estudar agora?
GK: Olha, eu acho que não é produtivo dizer que certas coisas não deveriam ser feitas porque máquinas fazem melhor. Usain Bolt não pode competir com um carro, mas as pessoas ainda praticam o atletismo, além de existir animais que são mais velozes que humanos. Eu acho que é importante olharmos para jogos como o xadrez como uma potente ferramenta de educação. O que esses jogos podem trazer para as crianças. Porque temos um grande desafio com o sistema educacional, pois ao olhar para o sistema ao longo dos anos verá que pouca coisa mudou. Basta olhar para a sala de aula de 100 anos atrás e você verá pouca diferença. Pois, se a educação é sobre preparar os jovens para o futuro, os futuros trabalhos, devemos perceber que a informação que eles recebem hoje será redundante amanhã. Por isso quando terminam a escola e a universidade, daqui 10 anos eles estavam vivendo em um mundo onde os dados que eles coletaram estudando será irrelevante. Estamos num momento em que um garoto com o deslizar dos dedos tem acesso as informações que um professor precisou estudar a vida toda para ter. Por isso temos que nos concentrar em como. Como as coisas podem ser feitas e não o que. E nisso o xadrez ajuda. O xadrez é sobre analisar as suas decisões. É sobre adquirir o senso do cenário geral, eu faço algo aqui e depois o efeito está lá. Xadrez é uma boa ferramenta para ajudar as crianças estarem preparadas para os desafios do século 21.
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