Automação

RPA, BPM e API: o asfalto, a tubulação e o túnel

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Existem três tecnologias muito utilizadas nas corporações, e que podemos correlacionar de uma forma interessante. Quando olhamos para uma cidade comum, uma grande metrópole, temos o primeiro nível do piso onde fica o asfalto, e onde os veículos e as pessoas caminham. Se descermos um pouco mais abaixo da terra, teremos tubulações de gás, esgoto e água. Não ficam expostas, mas são fundamentais para a manutenção da vida. Descendo ainda mais, em alguns locais iremos encontrar metrôs ou túneis, galerias subterrâneas e outros mecanismos de reaproveitamento de espaços.Assim também podemos fazer analogias com os sistemas de TI atuais.

Quase todos tem nas camadas mais altas páginas HTML, que são utilizadas para interfacear com o usuário. Entrando um pouco mais abaixo, costumam ficar camadas de controle, que são normalmente os servidores de aplicação, ou quem recebe as requisições que vêm do HTML. Se descermos ainda mais um nível, encontraremos os backends, e lá existem os bancos de dados, camadas de EAI, talvez serviços expostos (se não escavarmos tanto), e por aí vai. Antigamente, chamávamos a isto de MVC (Model X View X Controller) – nem sei qual é o nome moderninho que se dá a isto hoje!

Mas por que estamos falando disso agora? Vejamos: existem três tecnologias que, de alguma forma, tocam mais fortemente cada uma destas camadas: o RPA, o BPM e as soluções de API. Vamos ver como esta relação se processa, mas, antes, falaremos mais brevemente sobre cada uma delas. Percebam que tudo que irei dizer aqui possivelmente apresentará soluções que tocam em mais de uma camada, mas que atuam mais fortemente nessas tecnologias citadas.

RPA (Robotic Process Automation)

São os famosos “robôs de automação”, que estão em muita evidência. Eles automatizam processos humanos de forma incrível, transformando uma sequência de passos que um operador humano faria de maneira cadenciada para uma forma mais rápida e automatizada. Como a interação humana é feita através de HTML com frequência, estas ferramentas atuam nesta camada de apresentação, mas ao invés de um ser humano que enxerga o HTML através de sua representação visual e pressiona o teclado para operar, os robôs a visualizam como Neo de Matrix, olhando para sua estrutura através de tecnologias como xPath ou XSLT, que descrevem e permitem navegar no HTML como uma estrutura, ao mesmo tempo em que interagem com o teclado para simular um ser humano.

BPM (Business Process Management)

A atuação do BPM costuma acontecer entre a camada de usuário e a de integração. Os BPMs permitem criar workflows que permeiam departamentos e também automatizam processos de negócios. No entanto, essa tecnologia não pretende simular usuários digitando (como o RPA); ou seja, são mais intrusivos. No caso dos BPMs, eles criam novas telas HTML para integrar coisas que antes não existiam. Na nossa metáfora, funcionam como ferramentas que criam novas estradas para chegarmos onde antes dois ou mais locais não se conectavam.

API (API Management ou MicroESBs)

As ferramentas de API, assim como os MicroESBs, já operam mais abaixo ainda. Elas integram tecnologias que originalmente não foram feitas se pensando em integração. Não atuam como RPAs pois não se propõe a simular a operação de usuários, tampouco atuam como BPMs ou Workflows pois não criam novas estradas nem novas formas para permitir que o usuário acesse os sistemas. Por sua vez, integram normalmente lá na camada de Model ou de EAI, expondo informações que serão úteis para as camadas acima. Elas permitem que serviços expostos (ou não) se comuniquem com outros serviços, sem a necessidade de interação com os usuários.

E qual solução deveria eu adotar na minha empresa?

Bem, não existe uma regra definida, e cada uma delas fornece tanto facilidades quanto alguns desafios, além de apresentarem públicos-alvo específicos para cada uma. No caso do RPA, por exemplo, estamos falando de ferramentas rápido resultado, porque, afinal, como atuam simulando um usuário, não precisam destruir ou criar novos “asfaltos”. Atuam sobre o que existe hoje. O pessoal de negócios normalmente ama este tipo de solução pois resolve problemas sem o envolvimento da TI (só a TI costuma mexer no asfalto), sem muitas alterações sistêmicas. Por isso vêm sendo muito utilizada ultimamente.

Já no caso dos BPMs, são muito adotados pelos times de processos de negócios e arquitetura, porque permitem que áreas e sistemas que antes não se comunicavam (embora fizessem parte de um processo) passem a atuar de forma coordenada. São mais intrusivos do que os RPAs porque criam novos “asfaltos” e novos caminhos nas corporações, mas permitem mais integração entre as áreas.

Finalmente, as ferramentas de Integração como API e MicroESBs normalmente são as favoritas dos times de desenvolvimento e de integração, e embora não interajam diretamente com o usuário como os RPAs e os BPMs, elas permitem que tecnologias como bancos de dados ou outras fontes de informação, como CICs, IMS, EAI, e quase tudo que estiver “debaixo da terra” seja exposto para uso lá em cima.

Esta exposição pode ser utilizada pelos BPMs para construir novos caminhos e conectar departamentos, ou podem ser utilizados pelos RPAs, normalmente visíveis utilizando REST ou SOAP, e colocando camadas de segurança ou outras coisas importantes. Na nossa metáfora, tornam as tubulações de água, esgoto e gás padronizadas para uso pelas pessoas que vivem lá em cima – logo, também são fundamentais.

Cada uma destas ferramentas fornece um papel delineado e mais adequado em um caso ou outro, e costumam ser utilizadas em conjunto nas corporações.

Vamos conversar?

Entre em contato com um representante da IBM e entenda como a relação entre as soluções de RPA, BPM e API/MicroESBs pode representar uma vantagem para as operações do seu negócio. 

IBM Cloud Specialist

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